quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Estudando Neemias.

Livro de Neemias


Livro de Neemias ou II de Esdras é um livro da Bíblia hebraica e do Antigo Testamento da Bíblia cristã,vem depois do Livro de Esdras e antes do Livro de Ester, tido historicamente como uma continuação do Livro de Esdras, e por vezes chamado até mesmo se "o segundo livro de Esdras".

O livro consiste de quatro partes:

Um relato da reconstrução das muralhas de Jerusalém, e o registro do que Neemias encontrou ao retornar da Babilônia. Entre os detalhes estão a descrição de como Neemias se tornou governador de Judá (Ne, 1:1-2:20, 9), as diversas formas de oposição que sofreu, de Sambalá e outros, e descreve seu retorno anterior, sob Zerubabel (Ne, 7:6-73, 9; ver também (Es, 2:1-70 para um relato semelhante) - capítulos 1 a 7.
Um relato da situação da religião entre os judeus do período - capítulos 8 a 10.
Aumento da população de Jerusalém; o censo da população masculina adulta, os nomes de seus chefes, juntamente com listas de sacerdotes e levitas - capítuls 11 e 12:1-26.
Dedicatória do muro de Jerusalém, disposição das autoridades do Templo, e reformas executadas por Neemias - capítulos 12:27 e 13.


Origem

Tradicionalmente acredita-se que o autor deste livro tenha sido o próprio Neemias[4], embora isto seja controverso. Existem partes do livro escritas em primeira pessoa (1-7; 12:27-47 e 13), porém outras onde Neemias é referido pela terceira pessoa (8; 9; 10).

Alguns estudiosos acreditam que estas partes teriam sido escritas por Esdras - embora não exista qualquer evidência distinta disso - enquanto outros acreditam que o arranjo e revisão final do texto teriam ocorrido num período bem posterior.

Se Neemias de fato foi o autor, a data em que o livro foi escrito teria sido por volta de 431 - 430 a.C., quando ele retornou pela segunda vez a Jerusalém, depois de sua visita à Pérsia.

A Tradução Ecumênica da Bíblia sustenta que haveria um único autor para I Crônicas, II Crônicas, Esdras e Neemias, que seria provavelmente um levita, e que sua redação não teria ocorrido antes de 350 AC nem depois de 250 AC, mas haveria adições posteriores a 200 AC. Esta edição também sustenta que os livros de Esdras e de Neemias formavam apenas um único Livro de Esdras, composto antes de I Crônicas e II Crônicas, como se verifica na Bíblia Hebraica e na Bíblia dos Setenta.

Perspectiva Panorâmica (Sumário)

Oração de Neemias - Neemias 1

Viagem de Neemias a Jerusalém - Neemias 2

Restauração dos muros de Jerusalém - Neemias 3:1-32

Obstáculos e dificuldades - Neemias 3:33-Neemias 4,17

Injustiças sociais. Intervenção de Neemias - Neemias 5

Término da reconstrução das muralhas - Neemias 6

Recenseamento dos israelitas - Neemias 7

Leitura pública da Lei - Neemias 8

Oração de confissão dos pecados - Neemias 9

Resoluções diversas - Neemias 10

Repartição dos habitantes de Jerusalém - Neemias 11

Sacerdotes e levitas - Neemias 12

Reformas diversas, realizadas por Neemias - Neemias 13


Perspectiva Histórica

586 AC: Exílio na Babilônia

539 AC: Ciro II da Pérsia derrota a Babilônia

520 AC: Atividade dos profetas Ageu e Zacarias

445 AC: Neemias vai para Jerusalém; construção da muralha Ne 1-Ne 2). Neemias é nomeado governador Ne 5,14

433 AC: Neemias volta para Susa Ne 13. Atividade do profeta Malaquias

430 AC: Neemias e Esdras em Jerusalém; leitura da lei; reformas Ne 8-Ne 10;13

423-404 AC: Os Samaritanos constroem um templo no Monte Garizim.

Perspectiva Política

A obra procura mostrar a reconstrução da comunidade judaica, reunida em Jerusalém e centrada no culto e na lei. Sob o domínio persa, foi concedida aos judeus uma oportunidade para recuperar e preservar a sua identidade como povo: a tradição religiosa dos antepassados, que agora se transforma em lei. No contexto pós-exílico, o Templo passa a ser o centro da vida da comunidade, como lugar de culto e da transmissão da lei, que fornecem a estrutura social da comunidade.

A obra não se resume a uma narrativa, pois pretende discutir e abrir perspectivas sobre a estrutura da própria comunidade judaica, sendo que a questão central é determinar qual a liderança que vai governar, nesse contexto, quando se propõe reestruturar a sociedade a partir da religião, a primeira conclusão é que os sacerdotes devem liderar o povo, no entanto, resta determinar o sacerdócio legítimo.

No exílio, os sacerdotes tinham elaborado complicadas genealogias para ligar Sadoc a Aarão, o que indicava a legitimidade dos descendentes de Sadoc, no entanto, restava resolver a questão da legitimidade dos levitas, que também seriam descendentes diretos de Aarão.

Desde o tempo de Salomão, os levitas tinham sido expulsos do Reino de Judá 1Rs 2,26-27 e passaram a exercer suas atividades entre as tribos do Norte, que formaram o Reino de Israel Setentrional. Ligados aos profetas, eles preservaram e produziram tradições que formaram o Livro do Deuteronômio, o qual influenciou grandes reformas no Reino de Judá, entretanto, depois do exílio, esses levitas se viram reduzidos a meros empregados dos sacerdotes.

O autor dessa obra, que provavelmente era um levita, busca reabilitar historicamente a figura do levita e, assim, reivindicar sua importância ao lado do sacerdócio para o governo da comunidade, mas seu objetivo não se resume a defender o interesse dos levitas, o que se pretende é resgatar a tradição profética, conservada pelos levitas, a fim de que a comunidade judaica não fique reduzida ao culto formal, mas seja capaz de se organizar socialmente, segundo o projeto de Javé, dentro da legítima tradição do Livro do Êxodo.

Essa tradição fora transmitida pelos levitas, que procuravam atualizá-la e aplicá-la às situações concretas, visando sempre em primeiro lugar à causa do povo e à defesa de uma sociedade justa e igualitária, pode-se, portanto, dizer que essa obra histórica é uma grande reivindicação para a reabilitação daqueles que se colocam como defensores dos interesses do povo, protegendo-o de possíveis arbitrariedades, tanto internas como externas.


Neemias


Neemias (em hebraico: נְחֶמְיָה, hebraico padrão Firstaḥ, fp:ar language Nəḥemya, hebraico tiberiano Nəḥemyāh, /ˌniəˈmaɪə/, "conforto de (ou "confortado por") Deus (YHWH)") é um personagem bíblico, figura importante na história pós-exilo dos judeus, tal como registrada na Bíblia, e que, acredita-se, teria sido o autor primordial do Livro de Neemias. Era filho de Hacalias (Ne, 2:3), e provavelmente pertencia à Tribo de Judá; seus ancestrais residiam em Jerusalém antes de seu serviço na Pérsia (Ne, 2:3).

Fez erigir os muros de Jerusalém e realizou importantes reformas religiosas exercendo papel fundamental na fixação da lei mosaica. O livro bíblico que traz seu nome, Livro de Neemias, redigido pouco antes dos 300 anos, juntamente com o livro de Crônicas e o livro de Esdras, relata a obra de restauração de Neemias.

História pessoal

Neemias viveu durante o período em que Judá era uma província do Império Persa, e havia sido designado copeiro real no palácio de Shushan; o rei, Artaxerxes I (Artaxerxes Longimanus), parece ter tido um bom relacionamento com seu funcionário, como evidencia a longa licença que lhe foi concedida durante a restauração de Jerusalém.

Através de seu irmão Hanani (Ne, 1:2; 2:3), Neemias ouviu sobre a condição lamentável de Jerusalém, e encheu-se de tristeza; por muitos dias ficou em jejum, em luto, orando pelo local do sepulcro de seus pais. Finalmente, o rei percebeu a tristeza em sua expressão, e perguntou-lhe o seu motivo; Neemias explicou-o ao rei, que lhe concedeu permissão de ir à cidade e agir lá como um tirshatha, ou governador, da Judeia.

Neemias chegou a Jerusalém no 20.º ano do reinado de Artaxerxes I (445/444 a.C.) com um forte séquito que lhe fora fornecido pelo próprio rei, e com cartas para todos os paxás das províncias pelas quais passaria, assim como para Asaf, o mantenedor das florestas reais, ordenando-os a ajudá-lo.

Embora nem todos os acadêmicos concordem a respeito do tema, existem evidências, incusive textuais, de que Neemias teria sido um eunuco. Ele certamente parece ter sido visto como tal nos textos posteriores do judaísmo - a Septuaginta, tradução grega da Bíblia hebraica, o descreve como um eunochos ("eunuco"), e não como um oinochoos ("copeiro"). Além disso, ele servia tanto na presença do rei como da rainha, o que aumenta a possibilidade de ter sido castrado. De acordo com a lei judaica, nenhum cujos testículos tenham sido esmagados ou seu pênis decepado será admitido à Assembleia do Senhor; desta maneira, Neemias não podia entrar em certas partes do Templo, o que seu inimigo, Semaías, tentou enganá-lo para que fizesse, inadvertidamente.

Sem filhos que o lembrassem em sua posteridade, Neemias orava repetidamente: "Para o meu bem se lembre, ó meu Deus, de tudo o que fiz por este povo". As tradições posteriores judaicas relaxaram as proibições deuteronômicas, e legaram a posteridade aos eunucos na memória divina. O serviço de Neemias à seu povo e à sua nação - apesar dos preconceitos e de sua condição de inferioridade social e religiosa - fez de fato uma diferença à acomodação - ainda que não à afirmação - de uma minoria sexual denegrida.

Quando de sua chegada em Jerusalém, Neemias estudou secretamente a cidade à noite, formando um plano para a sua restauração; o plano foi executado com tamanha habilidade e ímpeto que todas as suas muralhas teriam sido finalizadas num período assombroso de cinquenta e dois dias.

Reconstrução de Jerusalém

Neemias reconstruiu as muralhas da cidade desde a Porta das Ovelhas, a norte, passando pela Torre de Hananel, no canto noroeste, a Porta dos Peixes, a oeste, a Torre das Fornalhas, no canto sudoeste do Monte do Templo, o Portão do Estrume, no sul, até a Porta Leste e o portão além da Ponte Dourada, a leste. O arqueólogo israelense Eilat Mazar e Ephraim Stern, coordenador do Conselho Arqueológico de Israel e professor emérito de arqueologia na Universidade Hebraica, alegam que seções destes muros teriam sido descobertos - uma afirmação que é contestada por Israel Finkelstein, professor de arqueologia na Universidade de Tel Aviv.

Neemias permaneceu na Judeia por treze anos atuando como governador, realizando diversas reformas, apesar da oposição que encontrou (Ne, 13:11). Construiu o Estado seguindo o que vinha sendo feito, "implementando e complementado a obra de Ezra", e fazendo todos os arranjos visando a segurança e o bom governo da cidade. Ao fim deste período importante de sua vida pública, retornou à Pérsia a serviço de seu senhor real em Shushan ou Ecbátana.

Alguns estudiosos acreditam que teria sido nessa época que Malaquias teria surgido, em meio ao povo, com palavras sisudas e solenes, de reprovação e alerta; e quando Neemias novamente retornou da Pérsia, após uma ausência de cerca de dois anos, sofreu profundamente com a degeneração moral que havia se instaurado enquanto estivera fora. Empenhou-se com vigor para retificar os abusos flagrantes que haviam surgido, e restaurou a administração ordenada dos cultos públicos e a observância externa da Lei de Moisés (Ne, 13:6-31).

Sobre sua história subseqüente, pouco se sabe. Uma das especulações é de que teria permanecido em seu cargo de governador até sua morte, por volta de 413 a.C., já com idade avançada. O local de sua morte e de seu enterro é desconhecido.

Neemias foi o último dos governadores enviados pela corte persa à Judeia; logo depois a província foi anexada à satrapia de Cele-Síria, e passou a ser governado por um sumo sacerdote (kohen gadol) indicado pelos sírios.

Livro de Neemias

O Livro de Neemias põe o registro histórico da missão de Neemias num contexto teológico. Sob um ponto de vista político, seus atos foram o resultado do desejo persa de aumentar a segurança do Levante, e ampliar o controle do império sobre a região.

A realidade do século V a.C. teria envolvido o prosseguimento de uma revolta egípcia,[10] em meio a uma crescente presença militar grega. As preocupações de segurança do Império Persa exigiam algumas reformas estratégicas, como a reconstrução das fortalezas de Jerusalém e a categorização apropriada das pessoas que viviam no Levante; daí a reconstrução das muralhas, e o banimento em casamentos étnicos diferentes. (Esdras 10: 1-3, Ne. 13:23-25)

Alguns acadêmicos, no entanto, consideram que isto teria sido altamente improvável; como notaram Christian Hauer e William Young, "Neemias, Ezra e profetas como Malaquias ficaram atônitos com os casamentos de israelitas com mulheres estrangeiras. Os dois reformistas obrigaram os cidadãos de Jerusalém a se livrarem de suas esposas estrangeiras, numa política que não envolvia questões raciais - já que as mulheres que incomodavam estes reformistas eram apenas aquelas que voluntariamente permaneceram pagãs e, portanto, "estrangeiras". Mulheres que se convertiam ao judaísmo não mais eram vistas como tal."

Literatura rabínica

Neemias é identificado, em um hagadá, com Zerubabel, nome considerado como um epíteto de Neemias, e indicativo de que ele teria nascido na Babilônia ("Zera' + Babel"; Sanh. 38a). Juntamente com Esdras ele marca a primavera da história nacional do Judaísmo (Cant. R. ii. 12). Certo mishná teria sido declarado pelas autoridades rabínicas como originário da escola de Neemias (Shab. 123b). Ainda assim, Neemias recebe a culpa dos rabinos por sua expressão aparentemente arrogante, "Lembra-te de mim para bem, ó meu Deus, e de tudo quanto fiz a este povo" (Ne. 5:19), e pela maneira depreciativa com que se refere a seus predecessores (ib. 5:15), entre os quais estava Daniel. Os rabinos acreditam que estas duas falhas são a razão pela qual este livro não foi mencionado por seu próprio nome, e sim formam partes do Livro de Esdras (Sanh. 93b). De acordo com B. B. 15a, Neemias teria terminado o Livro de Crônicas, escrito por Esdras..



Uma breve historia de Neemia.

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